Já ouviu falar: "Se quer uma coisa bem feita faça você mesmo"? Pois é.
Por isso hoje estou aqui para postar uma mensagem minha, a mesma já está no meu outro blog e meus amigos falaram muito bem dela então decidi que vocês tambem tem o direito de ler e me dizer o que acharam. Espero que gostem...
Freios, pra que me servem?
Usá-los me privaria de viver algumas ou muitas experiências, mas me pouparia alguns sofrimentos posteriores. Mas me conhecendo bem, sei que se usasse os freios mesmo me privando de algum tipo de sofrimento posterior, sendo como sou eu poderia muito bem sofrer por antecipação. Sendo assim, de nada adiantaria usar freios se sofreria da mesma maneira por motivos diferentes.
Mas afinal, freios são conceitos, princípios? Ou conceitos e/ou princípios são os freios de cada um? E no fim das contas pra quê os freios servem?
Recentemente passei por um longo período muito doloroso em minha vida, sentimentalmente achei que não sobreviveria. Foram muitas noites chorando muito antes de dormir, outras noites não conseguia dormir com medo ou preocupação. Os dias passavam e tentei mudar, reverter a situação de todas as formas possíveis para viver a vida de uma maneira melhor (não queria nada perfeito), simplesmente uma vida comum: daquelas do tipo onde você trabalha o dia todo e quando chega em casa a noite sabe a que horas o seu marido vai chegar e se ele se atrasar, você poderá ligar porque sabe que ele vai te atender e te dar alguma explicação.
Mas acontece que esses dias comuns nunca chegavam e as noites sem pranto nunca cessaram. Até o dia em que percebi que falhei. Não consegui mudar as coisas e muito menos viver dias comuns, mas entendi que eu não tinha que ficar vivendo assim pro resto da vida. Não estava acorrentada aquela vida. A vida que um dia me jurou amor eterno perante Deus e dezenas de testemunhas, me roubou, ameaçou, amedrontou, me apunhalou nas costas e mentiu muito e essa foi a parte que mais doeu em mim. Entendi que havia deixado de viver pra mim, para viver pro outro. Não usei freio algum. Entreguei-me de corpo e alma. E foi realmente isso, entreguei o meu coração, o meu corpo, a minha alma e não me lembrei de freios. Acreditei quando era mentira. Me arrumei e esperei quando não apareceu. Perdoei e não questionei. E reatei quando deveria ter esquecido...deixei os freios de lado, e o resultado foi um inferno de sofrimento. Depois de enxergar meus próprios erros também entendi que somente eu tentara mudá-los, os meus e os do outro. Foi aí que resolvi deixar aquela vida que eu vivia para trás.
No início da minha decisão sabia que não seria fácil, mas não imaginei que seria tão difícil. Achei que já tinha sido doloroso o bastante, mas essa minha decisão exigiu de mim muito mais do que eu achei que perderia. Tive que deixar os planos que fiz pra vida inteira, de lado e até desistir de alguns. Tarefa que ainda dói em mim até hoje, pois nunca fui de desistir. O sonho da minha casa, os meus filhos, a minha família foram transformados em “pano de fundo”. Era uma dor psicológica que de tão forte me deixou de cama, acordava e a minha vontade era de ficar ali, imóvel, olhando para o teto. Parecia que ao mover um braço faria um esforço tremendo e até isso causava dor. O trabalho foi a obrigação que me ajudou a retomar a vida aos poucos, mas ao sair na rua, só das pessoas olharem para mim, já me incomodava muito.
Mas essas sensações foram diminuindo. Às vezes sem perceber e às vezes por escolha própria, fui dando os MEUS PRIMEIROS PASSOS, reaprendi a caminhar. Aprendi a caminhar sozinha, e o mais importante, percebi que é assim que tem que ser. Com o caminho iluminado e protegido por Deus, comecei a caminhar novamente e hoje sei que não preciso de ninguém para caminhar comigo. Agora, tenho a certeza que há alguém para caminhar comigo, é só questão de tempo para encontrá-lo. Mas hoje sei que quando esse alguém tão importante chegar será para caminhar COMIGO e não por mim ou algo parecido.
Os freios?
Os meus freios são conceitos baseados em princípios de criação, mas também de vivência. Pra mim usar freios, é pensar antes de agir, pensar nas vantagens e nas desvantagens e também nas conseqüências que aquela atitude pode causar. Não é se privar de tudo, isso é medo de viver. É saber aproveitar o momento que está vivendo (sendo ele bom ou ruim) e respeitar a linha dos acontecimentos. Simplesmente deixar acontecer e quando as oportunidades chegarem pondere. Pense com a razão mas também com o coração. Se vai valer a pena ou não, não possuímos essa capacidade de prever. Lembre-se que nem tudo vai ser maravilhoso, mas será bom porque os momentos ruins são os que mais nos ensinam sobre a vida e sobre nós mesmos.
Então se permita viver. Viver coisas boas e ruins, não se esqueça que de todos os momentos podemos tirar aprendizado. E com o tempo você também entenderá e saberá usar seus freios.
By Ivani Nascimento